Artista do Mês
Maria Betânia da Nóbrega nasceu em Patos/PB, mudou-se para Aracaju/SE no ano de 1992. Graduou-se em Administração de Empresas e, desde 1989, é funcionária do Banco do Nordeste do Brasil – BNB.
Por paixão, começou a fotografar em 1979, sempre que seu olhar a despertava. Com a finalidade de aprimorar seu dom, participou de curso através do SESC e workshops com o fotógrafo Sergipano Márcio Garcez.
Participou do 4º Salão de Fotografia da Galeria de Arte Álvaro Santos, integrando-se ao movimento de fotografia do nosso Estado.
Autodidata, Deolando Vieira da Silva, pintor e escultor, nasceu no dia 24 de setembro de 1957, em Neóplis/SE. Deolando se descobriu artista, quando aos doze anos, margeando o rio São Francisco, pegou um pouco de barro de toar (usado para cerâmica) e ao chegar à casa de seus pais moldou um busto. A partir dos treze anos, começou a moldar em barro alguns bustos e algumas esculturas, como Floriano Peixoto, Tiradentes e Marechal Deodoro da Fonseca, este moldado e esculpido em cimento.
Iniciou os estudos do ensino fundamental em Neópolis/SE, em 1974, mudou-se para a cidade de Duque de Caxias/RJ, onde fez o curso técnico de enfermagem e a faculdade de ciências contábeis e quando realizou os seus primeiros trabalhos como pintor.
Em 1985, retornou a Sergipe, onde começou a desenvolver a sua arte, fazendo esculturas que retratavam personagens históricos. Em 1988, realizou a sua primeira exposição, na Galeria Portinari, em Aracaju/SE.
Possuidor de um estilo próprio, sua obra perpassa pelo expressionismo, impressionismo, cubismo e surrealismo. Cita, como influentes em sua formação artística, Vincent Van Gogh, Paul Cézzane, Monet, Picasso e Salvador Dali, representantes dessas escolas.
Em suas escultura há predominância de formas humanas apresentadas de forma estilizada; na pintura, os motivos são variados, mas temas como palhaços e músicos são os mais contemplados. Pesquisador de técnicas para desenvolver a sua arte, utiliza a espátula para executar quase a totalidade de suas pinturas. Comumente usa tinta a óleo e prepara as telas com gesso, cola branca, verniz acrílico e um pouco de areia fina bem peneirada.
Suas esculturas, em grandes tamanhos, estão em vários Estados brasileiros. Constam, ainda, em anuários e em vários catálogos de arte. Entre as esculturas, merece destacar o conjunto composto por sete esculturas, representando cinco Cangaceiros, o Padre Cícero e Luiz Gonzaga, feitas para o Xingó Parque Hotel, em Canindé de São Francisco/SE; a imponente imagem de Nossa Senhora da Conceição, para o Seminário Maior, em Aracaju/SE; as esculturas, em tamanho natural, de Zé Peixe, Rosa Faria, Sargento Zé Bezerra e Lampião, realizadas para o Memorial de Sergipe, em Aracaju/SE; o obelisco “Chapéu de Couro”, para o Platô de Neópolis/ SE; os monumentos “Tributo ao Conhecimento I” e “Tributo ao Conhecimento II”, feitos, respectivamente, para o Campus da Universidade Tiradentes em Aracaju/SE e para a FITS, em Maceió/AL; o Mural em alto relevo (2,00 x 6,00) para a cidade de Maceió/AL e o Painel “A Invasão Holandesa” (2,00 x 6,00) para a cidade de Penedo/AL.
Em 1981, recebeu o prêmio de Menção Honrosa pela escultura “Raízes”, no Festival de Artes de São João de Meriti/RJ. A partir de 1988, Deolando iniciou uma série de exposições em galerias e em shoppings de várias cidades e capitais do país, como Aracaju/SE, Salvador/BA e Cataguases/MG.
Em janeiro de 1996, foi laureado com o segundo lugar com o trabalho “Maternidade”, no XI Salão do FASC, em São Cristóvão/SE; e, em 1997, ganhou a Medalha de Menção Honrosa com o trabalho “Meditação”, no mesmo festival em XII edição. Em 2007, recebeu uma placa da Universidade Tiradentes, destacando-se como o melhor escultor do Estado de Sergipe.
Artesão e escultor, José Roberto Freitas, conhecido como Beto Pezão, nasceu às margens do Rio São Francisco, no dia 11 de dezembro de 1952, em Santana do São Francisco/SE (antiga Carrapicho). Aos seis anos de idade, ganhou um pequeno torno de presente, iniciando, assim, a arte de modelar o barro. Aos nove anos, já comercializava algumas de suas peças em feiras populares. Desde menino ajudava o pai, que era escultor, no trabalho artesanal com o barro.
Em 1971, já residindo em Aracaju, teve seu trabalho valorizado, através de um velho feito de barro solidamente plantado em dois pezões que lhes davam o devido apoio; criava, assim, a sua marca registrada, conhecida até hoje e, definitivamente, incorporou à sua obra a partir de 1972. A princípio, a ideia de usar os pés grandes, como forma de sustentação das esculturas, foi reprovada pelo seu pai/mestre, mas não demorou muito para ser aceita pelas pessoas e divulgada pela mídia como uma verdadeira obra de arte.
Antes de seu reconhecimento no universo da modelagem do barro, Beto Pezão fazia esculturas em madeira. Elegeu definitivamente o barro por perceber que esse material lhe oferecia na execução de suas peças “mais intimidade com as mão”. Em sua residência, no bairro Cidade Nova, mantém forno de lenha e um local adequado para estocagem de barro, procedente da terra natal.
Residindo em Aracaju há mais de 40 anos, os trabalhos de Beto Pezão já percorreram vários caminhos mundo afora. Realizou a sua primeira exposição no exterior, a convite da Universidade Católica do Chile, país onde retornou para expor outras 5 vezes. Suas obras também são admiradas no México, na Argentina, em Portugal, no Uruguai, no Paraguai, na Venezuela e nos Estados Unidos. No Brasil, sua arte foi exposta em vários Estados brasileiros, como Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo, Maranhão e Minas Gerais. Encantado pelas personagens em barro de Beto Pezão, Fernando Gutiérres produziu e dirigiu um vídeo dando-lhes, através da arte gráfica, vida a eles.
Na arte popular de Beto Pezão, os temas são variados, mas o seu estilo de como retratá-los, ainda que copiado por muito artesãos, é único e inconfundível. Além dos pés grandes, suas esculturas, talhadas no barro, possuem traços fortes e detalhes marcantes e nos emocionam pela forma verdadeira de mostrar os sentimentos do povo nordestino. São figuras humanas dos sertões: vaqueiros, mendigos, pescadores, lavadeiras, vendedores, ambulantes e lavradores que expressam nos rostos as adversidades da vida agreste. Além dos sertanejos, outra paixão do artista são as imagens sacras que, igualmente, são sustentadas por imensos pés.
Na comercialização das suas peças, Beto Pezão fornece certificado de origem com nome e número. Elas estão em permanente exposição em Aracaju/SE no Centro de Turismo, no Aeroporto de Aracaju, no Espaço J. Inácio ou no próprio ateliê do artista.
Humilde, Beto Pezão não se vê como um ícone da cultura sergipana. Entretanto, o artista não consegue esconder a satisfação e a alegria por ter sua obra reconhecida: “o que é gratificante pra mim é apreciarem o meu trabalho”.
Pintor, desenhista e produtor cultural, Fábio Sampaio nasceu na cidade de Santos/SP no dia 29 de outubro de 1971. Autodidata, desde criança sempre esteve envolvido em atividades culturais. Herdou dos pais a veia artística e o gosto pelas artes. Fez, dessa herança, transmitida em vida por meio de muitos ensinamentos, a sua profissão. Seus primeiros rabiscos remotam aos cadernos escolares. Na adolescência, já revelava o seu talento através dos desenhos e das ilustrações em nanquim; aos 18 anos, a cor começou a aparecer em sua arte e, aos 21 anos, já trabalhava profissionalmente como artista visual. Graduou-se em Técnico em Edificações, em Santos/SP.
Em 1991, transferiu-se para Aracaju, cidade que escolheu para viver e trabalhar. Disciplinado e sistemático, estabelece rotina para realizar a sua arte. A partir de pesquisas e simples anotações, desenvolve um tema circunscrito à sua própria existência e/ou ao seu entorno, que pode ser sobre a vida, a morte, o amor, o sexo ou ironias. Só depois de escolhida a técnica ou o suporte que melhor se adequa à ideia, executa a obra.
Suas principais influências são Guto Lacaz, Nelson Leirner e o grafiteiro etíope que viveu em Santos Alex Vallauri, considerado o pioneiro na arte do grafite no Brasil e responsável em levar a arte de rua para as galerias e os museus. Já morando em Aracaju, encantou-se pelas obras de Jenner Augusto e de Antônio Maia, deste fez uma releitura contemporânea dos seculares ex-votos. Foi aluno de Elias Santos por quem tem uma grande admiração em razão do compromisso dele com o desenvolvimento das artes em Sergipe.
Não obstante o risco com “enquadramentos” de artistas em escolas ou estilos — pois a arte independe de conceitos —, sobretudo, quando falamos de arte contemporânea, podemos considerar Fábio Sampaio um artista conceitual, que usa uma linguagem atual e universal, inspirada pelo modernismo, em cujo trabalho se observa mesclas de estilos, notadamente o minimalismo e o expressionismo.
Para ele, também, não há hierarquia entre muros, tapumes, cercas ou telas, todos esses lugares são igualmente adequados para manifestar a sua arte, todos podem servir como meios de expressão de sua linguagem artística.
Atuante na cena cultural, Fábio Sampaio tem participado de importantes exposições. Em Aracaju, realizou, entre outras, as seguintes individuais: em 1998, no Brasil@Net – SESC; em 1999, no Espaço Cultural Yázigi, com “As Quatro Estações”; em 2000, no SESC, com “Previsões para uma Nova Estação”; em 2008, na Galeria Jenner Augusto com “Transparências”. Em 2012, realizou as exposições: “Separação de Corpos”, na Campos Galeria de Arte, em Campos/RJ e “Boa Romaria Faz Quem em Sua Casa Está em Paz”, na Casa Galeria Loly Demercian, em São Paulo/SP. Ainda em 2012, participou da coletiva “Coleção Mário Britto”, edição especial Mostra Aracaju.
No ano de 2013, realizou as exposições: “Boa Romaria Faz Quem em Sua Casa Está em Paz”, no Centro Histórico Mackenzie, em São Paulo/SP; “(Ré)Invenção da Paisagem Doméstica”, na Galeria Zé de Dome, em Aracaju/SE e “Retrovisor (retrospectiva)”, na Pinacoteca do Centro de Cultura e Arte –, CULTART –, da Universidade Federal de Sergipe.
Entre as colectivas destacam-se as exposições ocorridas em São Luís/MA, no Palacete Gentil Braga – UFMA; em Aracaju/SE, na Galeria de Arte Jenner Augusto/Sociedade Semear – “Um Sentir sobre as Artes Visuais em Sergipe”;em Brasília/DF no Espaço Cultural do STJ e no Espaço Cultural Parangolé; em Belo Horizonte no I Salão Cataguases; em Salvador/BA, na VIII Bienal Nacional do Recôncavo Baiano e, em São Feliz/BA, no Centro Cultural Dannemann; no Rio de Janeiro/RJ, na Galeria da Petrobras e no Campos Galeria; em São Paulo/SP, na Galeria L’oiel, na Casa Galeria Rosely Demercian e na Galeria Casa Xiclet. Em 2001, no exterior, participou da II Bienal de Arte Contemporânea em Florença, na Itália.
Em sua exitosa carreira, Sampaio tem logrado importantes prêmios. Em 1990, o segundo lugar no Festival de Murais, em Santos/SP; em 1993, o primeiro lugar no Salão dos Novos da Galeria de Arte Álvaro Santos, em Aracaju/SE; e, em 1998, o primeiro lugar no XII Salão Nacional de Arte Contemporânea da Universidade Federal de Sergipe – UFS, em São Cristóvão/SE.
Última atualização: 10/07/2014 13:08.