Artista do Mês de Agosto – José Lima

Há muitas dúvidas quanto à sua naturalidade e poucos são os seus registros bibliográficos. Todos querem a cidadania desse extraordinário artista que se notabilizou fazendo uma pintura muito própria e permeada de fé e religiosidade.
Em sua rica e bela iconografia, que o denuncia ao primeiro olhar, encontramos paisagens, alguns retratos, mas, essencialmente, interiores de igrejas, de sacristias e de capelas, além de átrios de conventos e claustros de mosteiros com suas imponentes colunas arqueadas pelas quais incide uma luz natural de rara beleza e perfeição técnica.
A verdade é que J. Lima nasceu na cidade de Altamira, Bahia no ano de 1910 e morreu em Salvador em 1980, mas tinha paixão por Sergipe, razão pela qual o povo sergipano lhe credita naturalidade.
Morou em Salvador e estudou na Escola de Belas Artes da Bahia com o respeitado professor e pintor Prisciliano Silva, com o mestre aprendeu o desenho técnico, a exata perspectiva, as nuances das cores entre o seu claro e o seu escuro, a luminosidade da luz, a escuridão das trevas.
Dentre outras cidades morou no Rio de Janeiro, em Recife e em Aracaju, urbes privilegiadas com a sua passagem, pois, por onde passou Zé Lima fez um importante registro sacro histórico das igrejas, dos mosteiros e dos conventos.
Sua obra de expressiva temática religiosa, além de beleza singular serve hoje de referência para estudos de restaurações desses ambientes bem como para a recuperação de móveis e objetos de decoração utilizados na época.
Conforme afirma Heloísa Aquino, Zé Lima “Amava o belo e a vida e dizia que ao morrer fosse colocado em sua lápide: AQUI JAZ O PINTOR JOSÉ LIMA, MUITO A CONTRAGOSTO”.
Por Mário Britto